A Elena nasceu com Onfalocele, no Hospital de Clínicas de Uberlândia/MG.
Depoimento:
Um dia de cada vez,
cada dia uma grande vitória.
Minha
história de medo, provações e SUPERAÇÃO começa no ano de 2011 quando após a
alegria da descoberta de uma gravidez vem à tristeza em saber de um aborto
retido e um processo de curetagem. Em maio de 2012 descubro que estou grávida
de 06 semanas e novamente com a felicidade da descoberta de uma gravidez vem o
medo de novamente um aborto, isso mesmo meu útero estava querendo expulsar meu
bebê, o saco gestacional estava grande demais para a idade gestacional, conclusão:
repouso absoluto e uso de Utrogestan até os 04 meses.
Quando estava com 10
semanas tive um pequeno sangramento, quando fui fazer o ultrassom para saber se
meu bebê estava bem tive uma explosão de felicidade quando novamente escutei o
coração batendo e quando o vi pela primeira vez, vi seu rostinho seu pequeno
corpinho, estava tão feliz e de repente a médica vira pra mim e fala mãezinha
seu bebe esta com uma hérnia na barriguinha, você vai ter que repetir o ultra
daqui a três semanas. Nem liguei para isso estava tão feliz, era meu filho que
estava agora sim com vida crescendo dentro de mim.
Com treze semanas volto para
fazer o ultrassom, estava muito nervosa mas certa que a barriguinha dele já
havia fechado sozinha, mas não, não era para ser, a médica confirmou que meu
filho estava com uma má formação chamada onfalocele de intestino e fígado para
fora e que a partir daquele momento eu seria transferida para o grupo de alto
risco do hospital. Senti minhas pernas tremendo, estava tudo rodando uma explosão
de sentimentos, me senti tão sozinha. Aquela médica ali falando tentando me
explicar e eu com o pensamento tão longe, a única coisa que saiu de minha boca
foi muitos soluços e um choro bem profundo. Sai daquela sala com o coração pela
boca, olhei para meu marido e não conseguia explicar para ele o que estava
acontecendo, meu medo havia confirmado, meu filho ia nascer como aquelas fotos
que tinha visto na internet. Senti tanta raiva, raiva de ter que explicar tudo aquilo
pro meu marido, raiva em explicar para a atendente que não queria me encaminhar
para as consultas de pré-natal, raiva pelas pessoas me olhando com pena. Raiva
de mim por está sentindo tanta raiva.
Mas tudo realmente passa, queria tanto
meu filho que iria amá-lo do jeito que Deus estava me enviando ele. Graças a
Deus, aos meus amigos do grupo espírita bênçãos de luz, a minha família e claro
aos amigos do grupo gastroquise/onfalocele tudo com o tempo foi se encaixando.
Decidi deixar de sentir pena de mim e deixar o amor falar mais alto, já nessas
alturas já sabia que estava grávida de uma florzinha, com mais uma menininha Deus
estava me presenteando.
Eu cuidei de tudo com todo amor e carinho, comprei as
roupinhas, cuidei da decoração do quartinho e sempre tendo muita ajuda de
todos, em especial da minha cunhadinha que sempre esteve ao meu lado. Tive
altos e baixos, tinha dia que ia dormir com o coração na mão, meu repouso
continuou acirrado, as cólicas aumentando a cada mês, mas com muitas preces conseguimos, chegamos as 39 semanas completas.
A Elena nasceu no dia 04 de janeiro, às 14h horas de uma
cesárea, com um peso de 3.205kg, com 50,5cm de comprimento, teve que ser
reanimada na sala de parto, nasceu com uma onfalocele considerada volumosa com
+ ou – 6 cm de diâmetro.
Vi minha pequena por alguns instantes ali mesmo na sala de
parto, tão linda, ainda me lembro bem daquele rostinho, pelo medo paralisei
aquela imagem na minha cabeça, queria guardar aquela imagem caso alguma coisa
desse errado. Só voltei à vê-la naquele dia pela imensa quantidade de fotos que
meu marido tinha tirado. No outro dia fui bem cedo ver minha pequena, nunca um
corredor de hospital me passou tanto medo como aquele que dava acesso a UTI,
quando abri a porta tive uma imensa surpresa, a enfermeira estava tirando minha
filha da UTI e levando para o intermediário, ela não precisava mais ficar na
UTI. Mas foi tão duro ver minha filha com aquela sonda, com soro na veia, com
aqueles aparelhos todos ligada a ela, tão pequenininha e já passando por tanta
coisa, e eu nem podendo pegar ela no colo, mas por outro lado como ela era
forte e como meu medo parecia tão insignificante naquele momento, pois afinal
ela estava ali lutando desde o nascimento. Enchi a enfermeira de perguntas, mas
quando a médica chegou fui logo perguntando sobre a cirurgia e ai mais um
susto, não sabiam o que fazer, não tinha pele pra fechar a barriguinha e os
órgãos não cabiam tudo lá dentro. Mas minha fé me deixou meio anestesiada, ou
acho que aquela anestesia ainda estava no meu organismo fazendo efeito, que ou
não percebia a gravidade da situação ou realmente ela não existia.
Um dia de cada vez, felicidade em escutar a enfermeira
dizendo que eu já podia pegar ela. Um dia de cada vez, curtindo minha filha, curtindo cada
pedacinho do seu corpo até o chegado dia da alta, não gosto de hospital mais
nunca quis tanto permanecer em um como no dia da minha alta, estava indo embora
e deixando um pedaço de mim ali, tudo me pareceu tão estranho, mais segurei as
lágrimas ergui a cabeça pra meu pai e pedi forças. Forças para não chorar na
frente da minha filha, o que não durou muito porque sai do hospital aos soluços
de choro.
Um dia de cada vez, os pontos doendo, aguardar resguardo nada
daquilo me importava à vontade de estar com minha florzinha era bem maior,
chegando à UTI o pessoal da cirurgia pediátrica me explicou
que realmente não sabiam o que fazer com ela, ou nascia à pele ou ela teria
alta com tudo para fora.
Um dia de cada vez, felicidade ao chegar e ver minha filha
começando com sua dieta, mas tristeza em ver a quantidade de leite em meu
peito e não podendo alimentá-la.
Um dia de cada vez, felicidade em ver minha filha sem aquela
bendita sonda, felicidade em ver minha filha sem antibióticos, felicidade em
ver minha filha sem o soro, felicidade em ver minha filha num bercinho simples,
até a alegria imensa em chegar e a médica autorizar ela a mamar em mim. Isso
aconteceu no décimo dia, a Elena mamou em mim tão bem, como se já tivesse mamado
antes.
No 12º dia a médica pediu para que eu fosse junto com meu
marido bem cedo no outro dia, e assim fizemos. Foi quando foi decidido que a
Elena viria mesmo para casa sem nenhum processo cirúrgico, e assim foi feito,
com 14 dias de vida minha pequena ganhou alta e veio para casa, eu fazia os
curativos em casa e colocava uma cinta de compreensão nela todos os dias, no
começo uma vez ao dia e depois duas vezes. Ela era acompanhada uma vez por
semana pela equipe cirúrgica.
Hoje minha pequena grande guerreira está com seus 1 aninho, transbordando saúde, alegria e iluminando todos aqui em casa, ela ainda não fez a cirurgia, os órgãos expostos já entraram todos para dentro, mais ainda faz uso da cinta de compreensão. Ela ainda espera a cirurgia que já foi liberada, porém ainda não marcada. Vivemos cada dia de uma vez, com muita paciência, sem desespero, porque desespero não ajuda ninguém. Não foi fácil, nunca é, me emociono só de pensar em tudo que passamos, mas somo mães especiais, somos guerreiras e fortes. Não conseguia nem ver uma foto de onfalocele na internet, acabou não só vendo todos os dias como fazendo o curativo dela. Deus nos dá o peso que conseguimos carregar, não sozinhas mas juntas. Tive essa ajuda de Deus, da minha família, dos meus amigos e das minhas irmãs que não conheço pessoalmente, mas que Deus colocou no meu caminho para me dar forças: Paulinha Rodrigues, Rosi Rodrigues, Fernanda Moraes, Samantha Lima, Sinara Lacerda, Thaís Silveira, Kaah Oliveira e claro Camila Foster, que sempre me encheram de fé com seus exemplos de superação delas e de seus pacotinhos.
Hoje minha pequena grande guerreira está com seus 1 aninho, transbordando saúde, alegria e iluminando todos aqui em casa, ela ainda não fez a cirurgia, os órgãos expostos já entraram todos para dentro, mais ainda faz uso da cinta de compreensão. Ela ainda espera a cirurgia que já foi liberada, porém ainda não marcada. Vivemos cada dia de uma vez, com muita paciência, sem desespero, porque desespero não ajuda ninguém. Não foi fácil, nunca é, me emociono só de pensar em tudo que passamos, mas somo mães especiais, somos guerreiras e fortes. Não conseguia nem ver uma foto de onfalocele na internet, acabou não só vendo todos os dias como fazendo o curativo dela. Deus nos dá o peso que conseguimos carregar, não sozinhas mas juntas. Tive essa ajuda de Deus, da minha família, dos meus amigos e das minhas irmãs que não conheço pessoalmente, mas que Deus colocou no meu caminho para me dar forças: Paulinha Rodrigues, Rosi Rodrigues, Fernanda Moraes, Samantha Lima, Sinara Lacerda, Thaís Silveira, Kaah Oliveira e claro Camila Foster, que sempre me encheram de fé com seus exemplos de superação delas e de seus pacotinhos.
As mães que descobriram que terão filhos especiais assim
como a minha ou que já tiveram Parabéns, Parabéns sim, pois Deus escolheu vocês
para serem mães de lindos e fortes guerreiros. FORÇA e FÉ sempre. Abraços fraternos a todos.Léia Reis, facebook: https://www.facebook.com/julcileia?fref=ts
“ISSO TAMBÉM PASSA”
Se você está precisando de ajuda entre em contato:
Grupo de apoio Facebook: http://www.facebook.com/groups/398301213527774/
I.G.O- Instituto Gastrosquise e Onfalocele: https://www.facebook.com/groups/451305481594408/?fref=ts
Mães e Pais de U.T.I: https://www.facebook.com/pages/M%C3%A3es-e-Pais-de-UTI/237629586320800?fref=ts
E-mail: gastrosquiseonfalocele@gmail.com
Pedimos as mães que precisam de ajuda que deixem os comentários com algum contato, pra conseguirmos ajudá-las. Beijos Camila Bento
Minha filha nasceu com gastrosquise! Daqui 9 dias completa 3 meses e ainda está na uti, mas para a Glória de Deus! Quando irmos para casa tbm quero dar o nosso testemunho de um milagre. *-*
ResponderExcluirOlá Julcileia, você poderia me passar o contato para eu trocar informações a respeito do assunto.
ResponderExcluirabcs.