quarta-feira, 17 de março de 2010

5º Depoimento: Gastrosquise



A Aika tem 29 anos, é de São Paulo. O Eduardo nasceu no Hospital das Clínicas e foi operado no Instituto da Criança em São Paulo/SP. Hoje ele está com 6 meses.





  • Descobri minha gravidez quando trabalhava no exterior, eu trabalhei em uma fábrica de produção de lâmpadas fluorescentes para tv´s de plasma, trabalhei diretamente com produtos altamente tóxicos que eram solventes. Tive uma grande surpresa ao contar a empreiteira sobre a minha gravidez, pela qual me demitiram e ao mesmo tempo disseram que não seriam responsáveis por mim e pela vida do meu filho se houvesse algum problema de saúde.

  • Na segunda consulta ao médico descobri que estava à espera de gêmeos. Para minha tristeza soube que perdi um dos bebês no terceiro mês, pois um deles não se desenvolveu.

  • Voltei ao Brasil no quinto mês, porém logo que retornei descobri que minha mãe havia cancelado meu convênio médico. Fiz outro convênio. Porém devido a uma sinusite fui parar no pronto-socorro.Lá o clínico me encaminhou para um obstetra, o qual me solicitou um ultrassom para saber como estava minha gravidez, pois os mesmos não queriam apenas meu pré-natal de outro país. Também durante minha gestação os médicos do Japão jamais me autorizaram a tomar ácido fólico ou qualquer outra medicação. Fiz o ultrassom e o médico constatou gastrosquise. Fiquei chocada, meu mundo desmoronou.

  • Mesmo assim, minhas cunhadas resolveram consultar outros médicos. Fui no Hospital e Maternidade de um hospital público que atende somente gravidez de risco. Lá também foi constatado.Depois fui em um médico particular e o mesmo também constatou. Me chocou ainda mais dizendo que meu plano de saúde não cobriria o parto, a cirurgia e muito menos os gastos com a UTI. Disse também que o bebê poderia vir a óbito ou ficar até três meses internado. Para minha sorte este médico é o professor de Ginecologia da USP, o qual me encaminhou pra lá para acompanhamento médico. Este médico me encaminhara pra lá comparando o tratamento com o qual eu teria no hospital Sírio Libanês, Albert Einstein e outros renomados, porém com a diferença de não ser luxuoso.

  • Comecei o tratamento no Hospital das Clínicas, foi a minha sorte. Quando estava com 32 semanas fui internada por três dias para hidratação. Pouco tempo depois comecei a me sentir indisposta, com febre alta, dor no corpo e cansaço. Fui ao Hospital Público e após exames acharam que eu estava com a gripe suína. Mandaram-me de ambulância a outro hospital e na verdade o que eu tinha era uma sinusite.

  • Dois dias antes de completar 37 semanas tive as contrações. Por causa da gripe suína fiquei em observação. Medicaram 5 remédios para controle da dor pois não haviam vagas nem para mim nem para o meu bebê. Aguentei a dor até o dia do parto, lá durante uma confusão, esqueceram de mim, a médica responsável não havia chegado e deram minha vaga a outra gestante que estava prestes a dar a luz. Quando a médica me viu e me ouviu foi um alvoroço, pois eu havia chegado as 7 da manhã e já eram 12:00 quando fui atendida sem poder comer ou beber algo.

  • Pra meu desespero não havia vagas no hospital e no berçário. A médica disse que nenhum hospital me aceitaria por causa do bebê. Me mandaram pro pronto-socorro, lá eu estava prestes a dar a luz. A minha sorte foi que me encaminharam para a cirurgia e dei a luz.

  • O meu bebê foi encaminhado para o Instituto da Criança. Eu não vi meu bebê quando nasceu e também não tive notícias dele até ter alta. Graças a Deus meu bebê foi operado no mesmo dia. Assim que tive alta fui ver ele. Eu não conseguia parar de chorar ao vê-lo numa incubadora e com uma sonda em sua boca. Ficou 45 dias internado até a alta, demorou porque meu filho teve refluxo então vomitava com muita frequência.

  • Assim que teve alta, o refluxo continuou, porém depois de duas semanas meu filho começou a vomitar amarelado, ficou apático e sonolento. Resolvi levá-lo ao hospital. Chegando lá no Instituto da Criança foi levado à emergência. Foi medicado, fez exames e ficou em observação. Pra meu desespero foi levada em conta a possibilidade de uma nova cirurgia. De lá da enfermaria corri pra UTI Neonatal e pedi socorro às enfermeiras e auxiliares que cuidaram do meu filho. Lá o ambiente era limpo, silencioso e com pessoas capacitadas a cuidar do meu bebê.

  • Descobri então que o que o meu bebê teve na verdade foi uma infecção. Ele voltou à sonda sem poder se alimentar com o leite. Nas vésperas de voltar a dieta, meu filho teve 5 paradas respiratórias e foi entubado. Meu mundo desabou, pensei no pior. Ele teve que fazer uma transfusão de sangue e respirava com ajuda de aparelhos. Meu filho é um herói, superou todos os obstáculos e hoje está forte e com muita saúde. Aika http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=11599031118792577963

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