segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pré Natal pelo SUS

Quando fui fazer o ultrassom para descobrir o sexo do meu bebê, descobrimos a gastrosquise. Com esse diagnóstico ficamos totalmente desesperados, sem saber o que fazer. Apesar de toda a ansiedade, medo e insegurança, com o passar dos dias fomos percebendo as vantagens de um diagnóstico precoce, como: ter a possibilidade de pesquisar sobre esse problema, conhecer outras mães que já haviam passado pela mesma situação, nos prepararmos emocionalmente para as situações que enfrentaríamos, escolhermos o hospital aonde nosso filho iria nascer, etc.

Uma das primeiras dúvidas que surgiu foi: se eu faria o pré natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou particular? Como na época eu não tinha plano de saúde, só me restavam essas duas opções. Conversei com a Fernanda Moraes e com a Luciane Cunha, pois elas haviam passado pela mesma situação que eu estava passando e as duas me aconselharam a fazer o pré natal pelo SUS. Ao conversar com a minha ginecologista ela me aconselhou o mesmo, a dúvida que surgiu depois foi: para qual hospital eu iria? Então com a ajuda da minha médica e de outros médicos conhecidos, decidimos ir para o Hospital São Lucas da PUC, que fica em Porto Alegre, apesar da distância da minha cidade (Pelotas) era a melhor opção, pois na capital poderíamos contar com médicos mais experientes em cirurgia pediátrica e uma UTI mais preparada para o caso do nosso bebê.

Minha ginecologista fez um requerimento para eu ser encaminhada para o pré-natal de alto risco do Hospital São Lucas da PUC, levei esse requerimento na Secretaria de Saúde da minha cidade e através da secretária de saúde e da assistente social, foram marcadas as minhas consultas. Também consegui o transporte gratuito para Porto Alegre nos dias das minhas consultas através da Secretaria de Saúde.

Na minha primeira consulta, falei sobre a minha insegurança em fazer o pré natal pelo SUS e pedi pra conversar com um dos médicos responsáveis pelo pré natal, este médico me disse que eu teria algumas vantagens no atendimento pelo SUS, me explicou que muitas vezes a UTI particular não é tão bem equipada quanto à do SUS e quanto ao atendimento médico, ele disse que eu seria atendida pelos mesmos médicos independente se fosse pelo SUS ou particular. Além disso, ele me autorizou a conhecer a UTI, no dia pude conhecer um bebê que tinha nascido com gastrosquise e esse médico marcou uma consulta com um dos cirurgiões pediátricos do hospital. A partir desse momento, me senti segura e confiante nos profissionais do hospital. PERCEBI A IMPORTÂNCIA DE EXPOR A MINHA INSEGURANÇA, DE TIRAR TODAS AS MINHAS DÚVIDAS, DE PEDIR PRA CONHECER A UTI, OS MÉDICOS...

“Pode questionar, pode e deve perguntar bastante, mas deve-se confiar na equipe, se não há confiança, o tratamento não funciona; nesse caso, procure trocar de equipe” (Cartilha das Mães de UTI- Instituto Abrace).

O PRÉ NATAL:

No começo as minhas consultas eram uma vez por mês, depois de um tempo passaram a ser de quinze em quinze dias e ao completar as 32 semanas era uma vez por semana. É claro que no atendimento pelo SUS, eu não tive algumas vantagens do atendimento particular, pois o atendimento era por ordem de chegada e algumas vezes tive que esperar horas pra ser atendida, o ultrassom não era colorido, mesmo tendo conhecido alguns cirurgiões pediátricos do hospital, só conheci o médico que operou o meu filho no dia da cirurgia (pois era o cirurgião pediátrico que estava de plantão), dividi o quarto com outras mães, etc. Mas como estava muito confiante e segura em relação ao hospital e sempre fui muito bem atendida, não tive dificuldade em lidar com essas situações.


A UTI:
É importante conhecermos a UTI aonde nossos filhos serão cuidados, saber as regras, como os horários de visita, se autorizam visitas dos avós e dos irmãos do bebê. Os cuidados para o controle das infecções hospitalares, como lavar as mãos, não entrar com pulseiras, anéis, relógios, colocar avental, etc.

Os enfermeiros às vezes podem parecer chatos com esse excesso de cuidados, mas é importante entendermos que o objetivo deles é o mesmo nosso, a saúde de nossos bebês, e todas essas regras são para evitar possíveis doenças e infecções.
Informe-se: alguns hospitais fornecem refeição para a principal acompanhante do bebê na UTI, isenção ou desconto no estacionamento, Banco de Leite, etc.

Sugestões de leitura:
Cartilha das mães de UTI - Instituto Abrace: http://www.institutoabrace.org.br/cartilha_maes_de_uti_abrace.pdf

Pré-natal e gestação de alto risco: Assistência pré-natal básica- critérios Ministério da Saúde: http://www.slideshare.net/CHIRLEI/pr-natal-e-gestao-de-alto-risco
Observação: as situações que estou expondo são baseadas nas situações que eu vivenciei, não sei se em todos os estados e hospitais o encaminhamento e o tratamento pelo SUS são da mesma forma. Beijos Camila.

Um comentário:

  1. Comigo foi praticamente igual, as mesmas dúvidas...
    Ganhei a Júlia pelo SUS também, na Snta Casa, é um ótimo hospital, equipe médica perfeita.
    É bom lembrar também, que o tratamento pelo SUS é COMPLETAMENTE gratuito. Se alguém cobrar algum valor (não sendo estacionamento) deve ser denunciado.
    Até hoje recebo cartinhas do Ministério da Saúde, com a prestação de contas das despesas gastas no hospital. Acreditem, não é nada barato. Bjus Camila.

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